Seminário revela mortalidade precoce entre ACS do Rio de Janeiro.
Seminário revela mortalidade precoce entre ACS do Rio de Janeiro.
WhatsApp: Canal JASB | Imagine descobrir que seis em cada dez mortes de seus colegas de trabalho poderiam ter sido evitadas. É essa realidade chocante que os Agentes Comunitários de Saúde do Rio de Janeiro enfrentam hoje.
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A dura verdade dos números
O boletim epidemiológico lançado no seminário da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, no último dia 1º de agosto, trouxe dados alarmantes. Entre 2010 e 2024, foram registradas 216 mortes de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias na capital fluminense.
O levantamento analisou 2.147 questionários preenchidos pelos próprios profissionais e revelou uma categoria em sofrimento. Mais de 54% dos ACS e ACE relataram ter pelo menos uma doença diagnosticada.
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Sessenta por cento das mortes eram evitáveis
A informação mais impactante do estudo é que 60% dos óbitos registrados no período da pandemia poderiam ter sido prevenidos com ações adequadas na própria Atenção Primária à Saúde. A taxa de mortalidade no município do Rio aumentou 54% entre 2017 e 2023, saltando de 176,5 para 271,0 óbitos por 100 mil habitantes.
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Os números mostram uma mortalidade precoce concentrada entre pessoas de 45 a 59 anos, principalmente mulheres negras. Será que é coincidência que justamente quem cuida da saúde do povo está morrendo antes da hora?
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Racismo e sobrecarga matam
A pesquisa deixa claro: o perfil da categoria no Rio é de 85,8% de mulheres, sendo 75,17% de pessoas negras. As mulheres negras, que historicamente carregam o fardo do cuidado no Brasil, representam a maioria dos óbitos entre 2020 e 2024.
O boletim aponta fatores como estresse, racismo institucional, sobrecarga de trabalho e exposição à violência urbana como causas diretas do adoecimento. Mais de 52% dos profissionais desenvolveram doenças em decorrência do trabalho nos últimos dois anos.
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SUS que não cuida de quem cuida
Apenas 41% dos ACS e ACE conseguem atendimento sem dificuldades nas próprias unidades onde trabalham. Isso significa que quase 60% enfrentam barreiras para acessar cuidados básicos de saúde, mesmo sendo funcionários do sistema.
Como 83,7% dependem exclusivamente do SUS para seus tratamentos, essa barreira se torna ainda mais cruel. O presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde do Rio resumiu: "Somos o coração do SUS."
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Unidos pela dignidade e pela vida
A parceria entre a EPSJV/Fiocruz e o Sindacs-RJ para realizar esta pesquisa representa mais do que um estudo científico - é um grito por justiça. Os dados comprovam que quem dedica a vida a cuidar da saúde coletiva está sendo abandonado pelo próprio sistema que ajuda a construir.
A vice-diretora Marcia Valéria Morosini reafirmou: "A EPSJV é uma escola de todos os trabalhadores do SUS." Esta luta não é apenas dos profissionais do Rio - você faz parte dessa mudança.
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Fonte: JASB com informações do EPSJV.
Edição Geral: JASB.
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Publicação: JASB - Jornal dos Agentes de Saúde do Brasil - www.jasb.com.br.
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