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FNARAS cumpre agenda nacional em Brasília visando a Aprovação da PEC 14/2021.

        A Associação FNARAS busca a liderança nacional dos Agentes Comunitários e de Combate às Endemias. — Foto/Reprodução/Facebook.
 
FNARAS cumpre agenda nacional em Brasília visando a Aprovação da PEC 14/2021.
Publicado no JASB em 2.maio.2023. Atualizado em 06.maio.2023.          

Grupos no WhatsApp Comissão da Câmara dos Deputados promoverá debate sobre o título de seguridade social dos Agentes Comunitários de Saúde (ACA) e Agentes de Combate às Endemias (ACE)
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A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados tem em sua agenda a audiência pública prevista para ocorrer na quarta-feira (3) para tratar de novas regras para a seguridade social dos profissionais Agentes Comunitários e de Combate às Endemias, bem como do combate à precariedade do vínculo empregatício desses profissionais junto aos Gestores locais do SUS.

O grande dilema para o envolvido na agenda é a relação da proposta com a possibilidade da ocorrência de demissões em massa de milhares de ACS e ACE. 

Embora uma avaliação jurídica minuciosa tem identificado o risco de agentes perderem os seus cargos, diante da aprovação da proposta apresentada pela Associação Fnaras - Fórum Nacional das Representações dos ACS e ACE, tal avaliação está sendo desconsiderada.

Desde o dia 23 de junho de 2021, que a Fnaras tem sido alertada sobre as brechas da Proposta de Emenda à Constituição 14/2021 (PEC 14). O alerta aponta incoerências e falhas do texto da referida proposta. Ele também alerta para as consequência da proposta, caso seja aprovada, poderá favorecer demissões em massa de agentes comunitários e de combate à endemia por todo o Brasil. 

Atualmente já ocorre demissões de ACS e ACE. Com a nova proposta, poderá haver um agravamento da situação, fazendo com que os Prefeitos sejam obrigados a demitir quem não for estatutário.

Evento em Brasília

Participam do evento da Fnaras em Brasília, representantes dos ministérios da Previdência Social e da Saúde, a criadora da Associação Fnaras, Marivalda dos Santos Pereira de Araújo; a assessora jurídica Elane Alves e convidados. 
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O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), que convocou a audiência, destacou a necessidade de discussão da PEC 14/21. A PEC estabelece supostamente o Sistema de Proteção Social e Valorização dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias. 

O deputado comentou sobre a imprescindibilidade do trabalho dos agentes para o SUS - Sistema Único de Saúde, que, segundo Monteiro, está sendo reavaliado pelo Governo Federal, que tem priorizado ao longo do percurso de surgimento dessas categorias a política pública de saúde, e tem contado com a dedicação e  empenho pessoal dos ACS e ACE do país. 

Mensagem da Associação nas redes sociais:

"Tudo pronto pra receber nosso povo dias 2 e 3 de maio! Estamos esperando toda categoria de braços aberto e com muita esperança de dias melhores! Quem sabe faz a hora, não espera acontecer! A hora é agora… aposentadoria especial e desprecarização já!"

Em uma das Lives produzidas pela Associação FNARAS, a própria autora do texto da PEC 14, reconheceu que não poderá evitar as demissões dos ACS/ACE, conforme o vídeo abaixo. São 5 minutos e 30 segundos de esclarecimentos sobre a situação. Ninguém poderá dizer que o vídeo foi tirado de contexto, já que são mais de 5 longos minutos falando sobre os riscos que a PEC 14 provoca às duas categorias.

O Risco é Real

É uma realidade o que alertamos: "Infelizmente, podemos ter uma Lei Federal que poderá ser usada por maus gestores para promover demissões em massa (caso a PEC 14 seja aprovada e se torne Lei Federal), tanto dos agentes comunitários, quanto dos de combate às endemias." 
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É importante que todos os agentes tenham consciência de que essa não é a primeira vez que isso acontece, ou seja, os gestores já usam de brechas na legislação para justificar a contração temporária das duas categorias (mesmo com o texto não admitindo a contratação sem ser por concurso público ou processo seletivo público). 

Reação da Confederação Nacional 

Uma das prioridades da CONACS - Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde é mudar a situação da categoria e dos agentes de combate às endemias, que estão sendo penalizados com a contração precária. A presidente da Confederação, Ilda Angélica Correia, já declarou que uma das bandeiras da Mobilização em Brasília tem a finalidade de tratar sobre essa questão. 

É importante lembrar que a CONACS foi responsável por inúmeras conquistas em favor dos ACS e ACE de todo o Brasil. Entre elas: A Lei Federal 11.350/2006 - Regulamentação da EC 51/2006, Emenda Constitucional 63/2006, Lei Federal 12.994/2014, Lei Federal 13.342/2016, Lei Federal 13.708/2018, Lei Federal 13.595/2018 (conhecida como Lei Ruth Brilhante), Emenda Constitucional 120/2022 - que garante o salário base de 2 salários mínimos, além de garantir a Aposentadoria Especial e Insalubridade (ainda a serem regulamentadas). Veja a importância de cada uma dessas leis, no final desta matéria.

O barulho dos inocentes

Somente após o JASB - Jornal dos Agentes de Saúde do Brasil e voluntários da MNAS - Mobilização Nacional dos Agentes de Saúde produzirem vasto material, alertando sobre as demissões em massa e os prejuízos que poderão ser causados aos ACS/ACE é que algumas lideranças sindicais a nível nacional passaram a "reconhecer a existência da possibilidade das demissões em massa." 
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A advogada Elane Alves, assessora jurídica da Associação Fnaras, admitiu no dia 26/06/2021, que as demissões em massa poderão ocorrer. "Falando sobre os erros da PEC 14, ela comentou que "somente Deus não comete erros." Mas, porque não corrigir os erros, antes que eles causem as demissões? Confira a fala da advogada no vídeo abaixo.

VÍDEO: Dra. Elane Alves reconhece que poderá haver demissões em massa:


O vice-presidente da Fnaras e os 2.100 demitidos do Rio de Janeiro

Em live institucional da Associação (transmitida pelo Facebook no dia 16/06/21), o vice-presidente da Associação Fnaras declarou que só no município do Rio de Janeiro, houve 2.100 Agentes Comunitários de Saúde demitidos. 

Enquanto o RJ realizava a maior demissão em massa da história da categoria, Porto Alegre demitia 900 ACS/ACE. Em Florianópolis a situação dos ACS/ACE foi dramática. A categoria chegou a fazer um abaixo assinado, tentando reverter a situação, imposta pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, referente ao processo n° 13/00744208. Depois de 13 anos de trabalho, os agentes perderam os seus cargos. 
Há várias outras cidades que passaram pelo amargor das demissões injustas, em diversos estados. E se a PEC 14 for aprovada, a situação poderá ficar ainda mais dramática.

Em pesquisa realizada pelo JASB, identificamos que a categoria passou por uma renovação expressiva, justamente por causa de diversas demissões. 

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Durante o ano todo, todos os dias, há processo seletivo aberto para as duas categorias. E não é apenas por aposentadoria ou óbito dos titulares. Se a PEC 14 for aprovada essa situação poderá ficar ainda mais grave.

PEC 14/2021: As portas abertas para novas demissões 


O Artigo 3º, da PEC 14/2021, promove uma verdadeira chuva de demissões em massa dos ACS/ACE que foram contratados de forma precária (sem estabilidade), quer na forma CLT ou o chamado Contrato Tárcito, que é uma das modalidades de contratação verificada que ainda existe, entre os agentes. 

Para que ocorra a regularização do agente, conforme o texto previsto na PEC 14, é determinado tal feito: 

(...) desde que tenham se submetido ao Concurso Público na forma de Processo Seletivo Público de provas ou de provas e títulos após 14 de fevereiro de 2006, sendo estes efetuados por órgãos ou entes da administra direta ou indireta de Estados, Distritos Federal ou Municípios ou por instituições com efetiva supervisão e autorização da administração direta dos entes da Federação.

O texto citado na PEC deixa de fora do quadro de servidores, todos os ACS/ACE que não se enquadram na forma de contratação estabelecida por ela. Isto significa dizer que qualquer prefeito poderá dispensar dos agentes amparados pela má-redação do texto da PEC 14, após se tornar lei, após a regulamentação da proposta nos municípios, caso os vereadores decidam regulamentar o texto em seus municípios. Já que as Leis Federais não são aplicadas automaticamente, sem nova votação em cada um dos 5.570 municípios.
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O texto da PEC 14/2021, além de causar insegurança jurídica com a possibilidade de duplo entendimento de seu texto, exatamente como ocorre com a Lei Federal 11.350/2006, também abre as portas para novas demissões em massa.

No Paragrafo 4º, Artigo 1º, da PEC 14, há expressamente:

Os gestores locais do sistema único de saúde deverão admitir os agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de concurso público na sua forma específica de processo seletivo público...

O citado parágrafo, além de impor aos gestores locais do SUS uma forma de contratação, também reflete características semelhantes ao empregado na Lei 11.350/2006. As entidades que representam os gestores, já argumentaram juradamente que o texto fere a autonomia constitucional dos municípios, portanto, qualquer prefeito poderá recorrer ao STF - Supremo Tribunal Federal e arguir a inconstitucionalidade, quanto a forma de contratação dos ACS/ACE, imposta pelo Legislativo Federal. 

FNARAS e a FEDERALIZAÇÃO

A presidente da FNARAS, Marivalda, declarou abertamente que é contra a Federalização dos ACS/ACE do Brasil. Ela falou de sua rejeição à proposta, que está parada no Senado Federal há mais de 4 anos. Uma proposta que visava, supostamente, garantir todos os direitos dos ACS/ACE, inclusive, todos os pagamentos a que os agentes têm direito,  depositados direto em suas contas. Sem falar nos benefícios de serem Servidores Públicos Federais.

É verdade que a Proposta de Federalização se tornou uma "ferramenta de dominação dos ACS/ACE" ainda acreditam nas mentiras que são ditas sobre a Sugestão Legislativa 33. Estão tentando tirar proveito político, principalmente em período eleitoral.
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Proposta de Federalização

Por quê nenhuma liderança que defende a Federalização foi à Brasília tratar sobre ela? Por quê, somente em período que antecede as eleições, voltam a falar na Sugestão Legislativa? Por quê nunca fizeram um texto com as propostas defendidas para a Federalização? A resposta é muito simples: estão iludindo aos ACS/ACE que acreditam na Sugestão 33.


VÍDEO - A criadora da Fnara é contra a Federalização

Confira o vídeo de quase 2 minutos com a fala da criadora da Associação Fnaras sobre a Federalização.

Sugestão Legislativa 33/2019A Proposta de Federalização dos Agente Comunitário de Saúde e Agentes de Combate às Endemias foi criada há mais de 4 anos e perdeu totalmente a força, depois que às principais lideranças do movimento se afastaram, devido a tentativa de manipulação política das duas categorias. Associar a Federalização à falsa desprecarização, se tornou um golpe lamentável e vergonhoso. Saiba mais detalhes, clique aqui!

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As pautas que estão em tramitação no Congresso Nacional:

        Grande Mobilização Nacional convocada pela CONACS busca garantir as maiores vitórias de todos os tempos para os ACS e ACE do país. — Foto/Reprodução.

— PL 1.336/2022: Determina que os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate a endemias terão direito a adicional de insalubridade em grau máximo de 40%, calculado sobre os vencimentos (dois salários mínimos). O texto em análise na Câmara dos Deputados insere o dispositivo na lei 11.350/2006.

— PL 4.440/2020Prevê pagamento de incentivo adicional aos agentes comunitários e de combate às endemias. O texto altera a Lei 11.350/2006, que regulamenta as atividades desses agentes. A lei já prevê incentivo financeiro a ser pago aos municípios e repassado aos agentes e não permite o recurso ser usado com outra finalidade.

— PL 460/2019Torna obrigatório o pagamento direto aos agentes comunitários de saúde e de combate as endemias do incentivo financeiro, criado em 2014. Esse benefício é regulamentado por decreto (8.474/15) e leva em conta os profissionais com vínculo efetivo.

— PL 3.044/2022Dispõe sobre a isenção e a dispensa na apresentação da Declaração Anual do Imposto de Renda para os Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate as Endemias.
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— PL 5.312/2016: Altera o art. 9º-A da Lei nº 11.530, de 5 de outubro de 2006, para dispor sobre a Redução da Jornada de Trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias para 30 horas semanais.

— PEC 18/2022: Acrescenta o § 9º-A ao art. 198 da Constituição Federal, para criar piso salarial diferenciado de três salários mínimos para os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias detentores de formação técnica, nos termos da lei especifica. Veja mais detalhes, nas notícias abaixo!

Aposentadoria Especial defendida pela CONACS é de valor compatível aos dos agentes na ativa, ou seja, de 2 salários mínimos (podendo ser de 3 salários mínimos, caso o PL de autoria de Valtenir Pereira seja aprovado no Congresso). A Insalubridade poderá ficar em 40%, sobre o valor do salário base, tanto para os agentes comunitários quanto para os de combate às endemias.

Confira  algumas das grandes conquistas obtidas pela Confederação, em Brasília:

Emenda Constitucional 51/2006 - Regulamentação dos ACS e ACE dos mais diversos estados do país;

— Lei Federal 11.350/2006 - Regulamentação da EC 51/2006, estabelecendo os parâmetros legais que beneficiaram decisivamente aos ACS/ACE;

— Emenda Constitucional 63/2006 - Estabelece que Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias.
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— Lei Federal 12.994/2014 - Estabeleceu o direito dos agentes de saúde ao Piso Salarial Nacional;

— Lei Federal 13.342/2016 - Garante o direito dos ACS e ACE ao Adicional de Insalubridade a partir do salário base;

— Lei Federal 13.708/2018 - Estabeleceu o reajuste do Piso Nacional, congelado por meio de vetos do Governo Federal;

— Lei Federal 13.595/2018 - Lei Ruth Brilhante, estabelece o fortalecimento profissional dos ACS e ACE;

— Emenda Constitucional 120/2022 - Garante que nenhum ACS ou ACE receberá como salário base menos de 2 salários mínimos, além de garantir a Aposentadoria Especial e Insalubridade (ainda a serem regulamentadas).


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