Americano relata experiência no SUS e se surpreende com atendimento: "Custo zero"
Americano relata experiência no SUS e se surpreende com atendimento: "Custo zero"
WhatsApp: Canal JASB | Jornalista americano elogia SUS, mas esquece que não foi “custo zero” — foi pago com o suor do povo brasileiro.
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Imprevisto familiar termina em experiência marcante com o SUS
Durante uma viagem em família a Paraty (RJ), o jornalista americano Terrence McCoy, correspondente do Washington Post no Brasil, viveu uma situação inesperada: enquanto organizava a bagagem no porta-malas do carro, uma peça da estrutura cedeu e atingiu violentamente sua cabeça.
Sangrando e tonto, McCoy foi levado por uma ambulância do Hospital Hugo Miranda, onde recebeu atendimento completo. No texto que publicou nos Estados Unidos, ele se diz impressionado com a qualidade do cuidado e o “custo zero” do serviço público de saúde brasileiro. Mas o que ele talvez não tenha entendido é que esse atendimento foi, sim, pago — pelos impostos do povo brasileiro.
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Do susto ao acolhimento no sistema público
Mesmo vivendo no Brasil há seis anos, McCoy admite que sua primeira reação foi típica de quem cresceu sob o sistema de saúde dos Estados Unidos: temer quanto aquela emergência custaria. No hospital, recebeu anestesia, injeção para dor, levou seis pontos na cabeça, passou por exames de raio-X e tomografia computadorizada — sem qualquer cobrança. A surpresa foi tão grande que virou reportagem internacional.
O jornalista também descreveu o ambiente como democrático, onde moradores, turistas e trabalhadores das redondezas aguardavam atendimento lado a lado. Em suas palavras, foi uma experiência de igualdade que desafiava suas expectativas.
SUS: gratuito no uso, mas sustentado pela contribuição coletiva
Embora McCoy tenha chamado o atendimento de “custo zero”, é preciso corrigir essa expressão. O Sistema Único de Saúde (SUS) não é gratuito no sentido literal. Ele é financiado por impostos pagos por todos os brasileiros — do assalariado que contribui com parte de seu salário até o microempreendedor que paga tributos em cada emissão de nota fiscal.
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Cada seringa, cada exame, cada dose de remédio administrada no SUS é fruto de uma estrutura complexa mantida com dinheiro público. Portanto, o que McCoy experimentou foi o resultado de décadas de esforço coletivo do povo brasileiro, e não um “presente”.
Saúde pública que não diferencia rostos ou bolsos
O relato também traz um ponto importante: o jornalista se surpreendeu ao ver um ambiente em que, supostamente, ninguém precisava apresentar seguro ou cartão de crédito.
SEUS DIREITOS
Ao lado de um homem descalço com um olho só, McCoy entendeu que o SUS oferece acesso igualitário, sem perguntar quanto o paciente ganha, se tem plano de saúde ou se é turista.
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A fila é a mesma para todos, e o atendimento segue critérios técnicos, não financeiros. Isso contrasta fortemente com a lógica americana, onde sem seguro ou dinheiro, muitos sequer pisam numa emergência hospitalar.
O filho do repórter também foi atendido — e não pagou
O episódio ganhou ainda mais peso quando o filho do jornalista, com febre alta, precisou ser atendido. Após uma hora de espera, foi diagnosticado com amigdalite, recebeu antibióticos e saiu medicado. De novo, sem cobrança alguma.
McCoy reforça que o atendimento foi rápido, direto e eficaz. Para quem está acostumado a lidar com contas hospitalares de milhares de dólares por procedimentos simples nos Estados Unidos, essa realidade parece quase inacreditável. Mas, para milhões de brasileiros, é o cotidiano de um sistema que, mesmo com falhas, continua salvando vidas.
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O SUS precisa ser valorizado — e defendido por quem paga por ele
É legítimo se emocionar com o que o SUS representa, mas é essencial lembrar que ele não é obra do acaso. Ele é sustentado pela população brasileira, que paga impostos e, muitas vezes, enfrenta filas, falta de profissionais ou de medicamentos, além de contar com mais de 100 mil Agentes de Saúde com contratos precarizados.
O relato de McCoy serve como alerta: o que é visto como “milagre” por um estrangeiro, precisa ser defendido e aprimorado por quem sustenta esse sistema todos os dias. Gratuito no uso, mas valioso em cada centavo investido, o SUS é um patrimônio coletivo que precisa de respeito — não de romantização ingênua.
Fonte: JASB com informações do R7, Glamour, CPG.
Edição Geral: JASB.
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Publicação: JASB - Jornal dos Agentes de Saúde do Brasil - www.jasb.com.br.
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