Brasília: "Nosso povo está adoecendo e não tem dinheiro para comprar remédio," disse Valda.

Brasília: "Nosso povo está adoecendo e não tem dinheiro para comprar remédio," disse Valda.
WhatsApp: Canal JASB | Quem sustentou o SUS durante décadas agora precisa de ajuda para comprar o próprio medicamento. A frase dura da presidente do FNARAS, Marivalda Pereira Araújo, resume o drama de 380 mil Agentes Comunitários e de Endemias espalhados pelo Brasil.
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A pesquisa que revelou a cruel realidade
Segundo Valda, em 2021, o FNARAS decidiu investigar como estava a vida real dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias pelo país. O resultado foi assustador: os mesmos profissionais que levaram água potável, medicamentos e dignidade para milhões de brasileiros agora vivem na pobreza.
"Muitos aposentados precisam da ajuda dos filhos para comprar remédios básicos. A ironia é cruel: quem cuidou da saúde de todos não consegue cuidar da própria," disse a presidente do FNARAS.
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O grito de socorro que ecoou em Brasília
"Nós somos filhos da cólera", declarou Marivalda, lembrando que começou como Agente Comunitária em 1991, quando a epidemia de cólera assolava a Bahia. Com 34 anos de carreira, ela representa a voz de uma categoria que carrega nas costas não apenas bolsas pesadas com balanças e medicamentos, mas o peso de sustentar o Sistema Único de Saúde.
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São profissionais com morbidades adquiridas no trabalho, joelhos destruídos, ombros que precisam de cirurgia. E depois de uma vida inteira dedicada ao próximo, a perspectiva é aposentar-se com um salário mínimo.
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Os únicos que entram onde ninguém quer ir
"Lá na situação, naquele bairro periférico, onde muitos nem querem ir", disse Marivalda, descrevendo a realidade dos territórios onde ACS e ACE trabalham.
São os únicos profissionais que saltam poças de esgoto, enfrentam a lama e permanecem 24 horas disponíveis para suas comunidades. Enquanto médicos, enfermeiros e técnicos cumprem suas jornadas e vão embora — o que é direito deles —, os agentes ficam. Não por escolha, mas por obrigação: sair do território significa deixar de ser agente.
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A luta por dignidade, não por privilégio
A PEC 14, que tramita no Congresso Nacional, não pede aposentadoria especial, mas sim digna para quem dedicou a vida ao SUS. Marivalda foi enfática: "Não queremos nada que não mereçamos".
O que a categoria reivindica é reconhecimento pelo trabalho exclusivo que desenvolvem — são os únicos profissionais cuja carreira existe apenas dentro do SUS. Não existem ACS ou ACE na iniciativa privada.
O deputado Antônio Brito, relator da proposta, recebeu elogios da líder sindical, que reconheceu a coragem política necessária para abraçar essa causa.
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União que transforma vidas em todo o país
Com mais de 285 mil Agentes Comunitários de Saúde e mais de 100 mil Agentes de Combate às Endemias, a categoria tem força suficiente para conquistar seus direitos.
Marivalda anunciou uma audiência pública na Bahia para fortalecer a PEC 14, convidando todas as organizações da categoria para se unirem.
"Onde a Bahia coloca a mão, igual ao Fenaras, tem votação", provocou, mostrando que a luta ganhou corpo nacional. Essa não é apenas uma batalha por aposentadoria — é o reconhecimento de que quem fez a revolução do SUS merece envelhecer com dignidade. Você faz parte dessa mudança!
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Fonte: JASB - Jornal dos Agentes de Saúde do Brasil - www.jasb.com.br.
Edição Geral: JASB.
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