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'Derrota dos institutos de pesquisa': como aliados de Bolsonaro e Lula reagiram ao resultado do 1º turno

        Lula e Bolsonaro.     —  Foto/Reprodução.
 
'Derrota dos institutos de pesquisa': como aliados de Bolsonaro e Lula reagiram ao resultado do 1º turno
Publicado no JASB em 03.outubro.2022. Atualizado em 05.outubro.2022.       

Grupos no WhatsApp "Vergonha", escreveu o ministro das Comunicações Fábio Faria ao compartilhar uma imagem com resultados de pesquisas eleitorais que mostravam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com cerca de 10 pontos à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL).
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A publicação de Faria foi feita pouco após o resultado do primeiro turno da eleição, realizado no domingo (02/10) — Lula obteve 48,4% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro teve 43,2%. A diferença menor do que a apontada por muitas pesquisas foi ressaltada por aliados de Bolsonaro e até pelo próprio presidente ao comentar o resultado da disputa.

Eles têm atacado institutos como Datafolha, Ipec e Quaest. 

"Onde será o velório dos institutos de pesquisa?", diz um tuíte compartilhado por Fabio Wajngarten, membro da campanha de Bolsonaro, pouco antes do fim da apuração.

Bolsonaro teve 43% dos votos válidos na eleição presidencial, enquanto a pesquisa do Datafolha divulgada na véspera da eleição, com 12,8 mil entrevistados em 310 municípios brasileiros, captava 36% — uma diferença fora da margem de erro de dois pontos percentuais.

Já a pesquisa Genial/Quaest apontava o atual presidente com 38% dos votos válidos, disparidade também fora da margem de erro em relação ao resultado das urnas.

       Reação de Bolsonaro ao resultado do 1º turno.    —  Foto/Reprodução/Andressa Anholete/Getty Images

Em entrevista coletiva na noite de domingo, Bolsonaro afirmou, quando questionado pelos jornalistas, que o resultado da eleição "desmoralizou de vez os institutos de pesquisa" por prever votação menor do que recebeu. "Isso vai deixar de existir, até porque acho que não vão continuar fazendo as pesquisas, esse pessoal", afirmou.
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Uma das principais lideranças religiosas ligadas a Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia afirma que o resultado deste domingo é a "derrota" de institutos de pesquisas que, segundo ele, "influenciam o voto do povo mais pobre".


"Cadê São Paulo em que o Haddad (candidato ao governo, que aparecia em primeiro nas pesquisas, mas ficou em segundo lugar neste domingo) estava em primeiro? Isso é uma bandidagem, é uma vergonha. Isso induz, isso influencia, isso é uma covardia", diz Malafaia à BBC News Brasil.

"Eu cansei de avisar a imprensa que nem Datafolha e nem IPEC conseguem mensurar o voto evangélico. não estão computando o voto evangélico que é muito grande", acrescentou o líder religioso.

O discurso de aliados de Bolsonaro contra os institutos de pesquisa tem sido reforçado por muitos outros apoiadores do presidente nas redes sociais. Para eles, que acreditam na vitória do presidente, o resultado diferente daquele apontado por muitos institutos de pesquisa é o grande destaque do primeiro turno.
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Possibilidades para os resultados das pesquisas
A diferença no resultado da disputa presidencial neste ano, além de uma série de resultados surpreendentes nos Estados nas corridas para governador e senador, aumentam a pressão sobre o trabalho dos institutos de opinião, disse o professor de gestão de políticas públicas na USP e pesquisador do eleitorado bolsonarista Pablo Ortellado em entrevista à BBC News Brasil neste domingo.

"Tem muitas coisas que podem ter acontecido. Vai ser necessário olhar com calma para entender. Mas não houve nenhum fato novo [nos últimos dias de campanha] para explicar esse salto na diferença. Não acho que o eleitor tenha mudado o voto de última hora, porque tudo estava muito consolidado", disse Ortellado.


"Essa explicação não é suficiente. Pode ser que um pedaço do voto indeciso tenha ido para o Bolsonaro, mas um pedaço que certamente não explica o que aconteceu. Pode ter sido o voto envergonhado. Pode ter havido boicote dos bolsonaristas na participação das pesquisas, havia uma campanha muito dura contra os institutos de opinião", acrescentou.
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Para Ortellado, será necessário "rever métodos e fazer discussões entre especialistas para ver o que aconteceu". Ele afirmou que "alguma coisa aconteceu e é preciso descobrir".

- Este texto foi publicado em BBC News Brasil

Bolsonarismo mostrou muita força, mas Lula é favorito no 2º turno, afirma cientista político

"O bolsonarismo mostrou muita força elegendo figuras ligadas a Bolsonaro com votações muito grandes. Então há vários ex-ministros eleitos, como Damares (Alves, eleita senadora pelo DF), Ricardo Salles (um dos deputados federais mais votados por SP), (Eduardo) Pazuello (segundo deputado federal mais votado no RJ)", exemplificou o cientista político Alberto Carlos Almeida, autor do livro recém-publicado A mão e a luva: o que elege um presidente.

"Mas alguém que disputa a reeleição ficar em segundo lugar e seu adversário (Lula) quase vencendo no primeiro turno também mostra a fraqueza dele. O desempenho do Lula foi excelente. Teoricamente é muito mais fácil para Lula vencer no segundo turno do que para Bolsonaro", ressaltou Almeida, destacando que o petista ficou a menos de dois pontos percentuais de vencer no primeiro turno.
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A votação do ex-presidente veio dentro da margem de erro das principais pesquisas eleitorais. Já o desempenho do campo bolsonarista surpreendeu, apresentando mais força do que as sondagens captaram.

A ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), foi eleita senadora pelo Distrito Federal, derrotando outra ex-ministra de Bolsonaro, Flávia Arruda (PL)

Já o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Marcos Pontes (PL) foi eleito senador por São Paulo, desbancando Márcio França (PSB), que liderava as principais pesquisas.

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) também surpreendeu conquistando a vaga do Senado pelo Rio Grande do Sul. Ele superou o ex-governador gaúcho Olívio Dutra (PT), que aparecia como favorito.

Para Almeida, o bom desempenho reflete a projeção que esses concorrentes ganharam no governo federal. Ele lembra que o PT elegeu uma bancada grande no Senado em 2010, quando Lula era presidente. Naquele ano, o partido fez 11 senadores.

'PSDB caminha para extinção'

A reviravolta nas pesquisas para o Senado são comuns, lembra Almeida, já que o eleitor costuma decidir seu voto muito próximo da votação.
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Ainda mais surpreendente, avalia, foi o desempenho de candidatos bolsonaristas em algumas disputas para os governos estaduais.

No Rio Grande do Sul, o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro Onyx Lorenzoni, passou para o segundo turno em primeiro lugar, com 37,5% dos votos válidos, e vai enfrentar o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que havia renunciado ao comando do Estado em março para tentar disputar a presidência da República, plano que acabou não se concretizando.

Em São Paulo, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) também ficou em primeiro lugar, com 42,32% dos votos válidos, e vai disputar o segundo turno contra Fernando Haddad (PT), que obteve 35,70%.

A grande novidade ficou com o terceiro lugar do candidato do PSDB, partido que ganhou todas as eleições ao governo de São Paulo desde 1994. O tucano Rodrigo Garcia, atual governador, obteve 18,40%.

"Essas eleições foram uma derrota muito grande do PSDB. Dá mesma maneira que o bolsonarismo já tinha derrotado o PSDB em 2018, ele confirmou essa derrota agora. De fato, o partido caminha aí para a extinção", opinou Almeida.
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"Lula ficou muito próximo de vencer no primeiro turno. Teoricamente é muito mais fácil para Lula vencer no segundo turno do que para Bolsonaro.

Disputa na Câmara dos Deputados
Expoentes importantes do bolsonarismo também tiveram votação expressiva na disputa pela Câmara dos Deputados.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL) foi o segundo mais votado no Rio de Janeiro. Com 99,99% das urnas apuradas, ele tinha mais de 205 mil votos, ficando atrás apenas da Daniela do Waguinho (União Brasil), com mais de 213 mil.

Já em São Paulo, com a apuração encerrada, o primeiro lugar ficou com a esquerda: Guilherme Boulos, do PSOL, obteve mais de um milhão de votos.

Os três seguintes mais votados, porém, são do campo bolsonarista. Carla Zambelli (PL) foi reeleita com 946.244 votos. O filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PL), também foi reeleito com 741.701 votos. E o ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles (PL) foi o quarto mais votado, com 640.918 votos.

No saldo geral do país, o PL, partido de Bolsonaro, elegeu a maior bancada da Câmara dos Deputados, seguido da federação formada por PT, PCdoB e PV.
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- Este texto foi publicado em BBC News Brasil

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